'Complicado perder um sobrinho assim', diz tio de PM morto em operação policial no Rio
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Emoção na despedida dos policiais mortos
Os dois policiais militares mortos durante a operação de terça-feira (28) foram enterrados nesta quinta-feira (30) com honras militares.
Em uma das praias mais famosas do país, um ato em memória dos quatro policiais mortos na operação. Na areia de Copacabana, quatro cruzes fincadas pela ONG Rio de Paz.
Nesta quinta-feira (30), os dois policiais militares foram enterrados. Os dois eram sargentos da tropa de elite da PM e foram velados lado a lado, na sede do Bope. Os aplausos de colegas de farda, amigos e parentes foram apenas a primeira homenagem do dia. Cleiton Serafim Gonçalves tinha 42 anos e dedicou 17 deles à Polícia Militar. Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, trabalhou 14 na corporação.
“A gente espera e faz um apelo pra população de bem, que se una e valorize os policiais militares e civis", diz o coronel Marcelo de Menezes, secretário de Estado da Polícia Militar.
Os policiais morreram durante a operação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão na última terça-feira (28). O sargento Serafim era casado e tinha uma filha de 7 anos.
“Esposa dele e a filhinha dele, agarrada muito com ele. Muito triste, muito triste mesmo. É complicado perder um sobrinho assim, desse jeito, nessa violência do Rio de Janeiro", diz Sebastião Pereira Gonçalves, tio do Cleiton.
“Antes de tombar em combate, ele tinha salvo o Oliveira, que também tinha sido ferido e está internado no hospital. Então, isso mostra um ato de heroísmo, de altruísmo”, conta o tenente-coronel Marcelo Corbage, comandante do Bope.
O corpo do sargento Serafim foi levado para a cidade natal dele, Mendes, no sul do estado. A família preferiu uma cerimônia reservada.
"E infelizmente hoje nós não só perdemos um ente querido como a gente sente a dor de ter perdido um guerreiro que sempre lutou por seus ideais", diz Ueesclei Rodrigues, primo de Cleiton.
O corpo do sargento Heber seguiu em carro aberto do Corpo de Bombeiros para um cemitério na Zona Oeste do Rio. Um cortejo de 39 km. Centenas de pessoas participaram da despedida. Além de policiais, colegas da Marinha, onde ele serviu como fuzileiro, e também o enteado e os dois filhos, que usavam uma camiseta do Bope.
“A sensação que fica é que ele cumpriu o dever dele. Deixou um legado. Ele morreu em função de defender a população de bem”, diz Jéssica Micheli, mulher do sargento Heber.
O helicóptero da PM jogou pétalas de flores. A última homenagem: uma salva de tiros. Uma tradição. Símbolo de respeito e honra a quem morreu em serviço.
Policiais militares mortos durante a operação de terça-feira (28) foram enterrados nesta quinta-feira (30) com honras militares.
Reprodução/TV Globo
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