Contadora do Amazonas relata angústia ao receber diagnóstico do câncer de mama: ‘Meu mundo silenciou’

  • 01/11/2025
(Foto: Reprodução)
Giselly realizou a cirurgia no dia 27 de março de 2024 e em julho iniciou a radioterapia. No total, foram 15 radioterapias. Arquivo Pessoal Um simples toque e a vida da contadora, Giselly Nunes Cavalcante, de 42 anos, emitiu um alerta e o diagnóstico: um nódulo e o câncer de mama. A contadora morava em Coari, no interior do Amazonas, quando descobriu a doença e contou ao g1 detalhes de como tudo aconteceu. “Estava tomando banho quando passei a mão pelo corpo, na área da mama, e senti um caroço. De imediato não me veio nada relacionado a câncer”, lembra. A contadora explica que sempre praticava atividade física e que, à época, intensificou um pouco a área de superiores e, por conta disso, não relacionou nada a um câncer. Meses depois, na preparação para as férias e uma viagem em família, o alerta soou como sinal vermelho. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp “Comentei com o meu marido sobre o caroço, mas ele falou que poderia ser alguma glândula inflamada devido aos treinos e aí apagou da minha memória. Esse episódio foi em dezembro de 2022, mas em fevereiro do ano seguinte, já de preparação para viagem de férias em família, senti novamente. Minha mão foi no local de novo, só que dessa vez senti algo diferente: um caroço maior do que em dezembro. Então, despertou um alerta de que poderia ser algo mais grave do que uma glândula inflamada, como a gente havia cogitado”, relata. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Giselly explica que decidiu seguir com a viagem marcada, planejada e muito sonhada pela família, e que só buscou ajuda médica quando retornou. “Essa viagem durou 16 dias. Quando voltamos para o interior, onde trabalhávamos, eu e meu esposo, fui atrás de um médico. Lá os exames demoraram muito porque só tinha rede pública. E aí, conhecendo alguns médicos, me deram a orientação de vir para a capital”. Diagnóstico e apoio familiar A contadora amazonense Giselly Nunes Cavalcante, de 42 anos, conta como foi diagnosticada com câncer. Arquivo Pessoal Ao retornar para a capital, em julho de 2023, a contadora iniciou o processo de diagnóstico. Ao chegar na cidade, Giselly já estava com a consulta marcada e contava com a companhia da mãe. “Eu vim sozinha, porque meu esposo teve que ficar em Coari por conta das escolas dos nossos filhos, então, minha mãe foi comigo. Chegando lá, a doutora pediu para levantar os braços e já aparecia o nódulo na mama direita. E aí ela falou: 'olha, já está bem visível, né?' Foi quando ela pediu para fazer um ultrassom bem analisado, bem demorado mesmo, vendo todos os detalhes”. Ela relembra que quando a médica terminou o ultrassom, e que ali, estava apresentando as características de um tumor maligno, o mundo silenciou. “Quando ela terminou e falou que o nódulo apresentava as características de um tumor maligno foi dando um silêncio no meu mundo. Eu não conseguia ouvir mais nada, eu só chorei. Era uma mistura de sentimentos. Eu não sabia exatamente, tipo assim, é sério mesmo que está acontecendo isso? Estava uma confusão na minha cabeça”, relata. Giselly disse que a médica recomendou uma biópsia de urgência. Ela ainda relembra que ficou desacreditada porque praticava atividade física, tinha uma alimentação balanceada e tentava uma vida mais saudável. “Fiz o procedimento em Manaus e, no quinto dia, na lancha, retornando para Coari chegou uma mensagem. Me perguntei se abriria ali no meio do rio o resultado, mas decidi abrir em casa. Encontrei meus filhos, abracei, beijei. No quarto, isolada, abri o documento e estava lá: um carcinoma mamário invasivo. Ali parece que a gente sente que o mundo desaba”. A contadora salienta que o diagnóstico parecia uma sentença, o que gerou medo e angústia, mas que aproveitou o resto dos dias na cidade para passar tempo com os filhos e o marido antes de iniciar o tratamento. “Sai de Coari sem saber o dia que eu iria voltar e se eu iria voltar. Então, no dia 23 de julho fui para Manaus começar o tratamento. Antes de iniciar o tratamento coloquei um clip, que é o recomendado para você ter uma noção de que se aquele tumor está se locomovendo. Foram 16 quimioterapias. As quatro primeiras eram de 21 em 21 dias”, relembra. Giselly realizou a cirurgia no dia 27 de março e em julho de 2024 iniciou a radioterapia. No total, foram 15 radioterapias. “Quando terminei as quimioterapias, eu retornei com o oncologista, que me passou uma medicação para tomar por pelo menos 7 ou 10 anos até que não haja mais risco de eu ter ciclos menstruais. O objetivo dela é de que eu não tenha mais esses ciclos, porque o nódulo foi identificado como um receptor hormonal. Então, hoje o meu pós-tratamento é com essa medicação que eu tomo”. LEIA TAMBÉM Câncer de mama: mitos, verdades e dicas para uma mamografia menos dolorosa 'Agora Tem Especialistas' leva exames e diagnóstico de câncer a mulheres atendidas pelo SUS em Humaitá no AM Ela explica que o pós-tratamento está sendo marcado por mudanças muito significativas, não só físicas, mas emocionais também. “A gente lida com o medo da recidiva, que é a volta da doença. Dizem que os médicos falam que os três primeiros anos de acompanhamento são essenciais. E aí, depois de cinco anos, é que realmente diz que está curado. Nesse pós-tratamento a gente se pega assim num novo processo de se reconhecer, de se reconectar com uma nova pessoa com um novo olhar. A gente se adapta a uma nova realidade com cicatrizes visíveis e invisíveis”. Giselly explica que o pós-tratamento do câncer é marcado por mudanças significativas, não só físicas, mas emocionais também. Arquivo Pessoal Dados da doença no Amazonas O Amazonas notificou 1.149 óbitos por câncer de mama entre 2020 e 2024, sendo 860 considerados prematuros, ocorridos entre pessoas de 30 a 69 anos. Os dados constam no Boletim Epidemiológico sobre Mortalidade por Neoplasias Malignas de Mama da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). O documento também aponta um aumento progressivo das mortes a partir de 2021, com 260 óbitos registrados em 2024, o maior número da série histórica. A análise revela ainda que 98,9% das mortes ocorreram entre mulheres, com maior concentração na faixa etária de 50 a 59 anos (31,5%), e predominância de pessoas pardas (72%), refletindo o perfil demográfico do estado. A FVS-RCP reforça que a detecção precoce, por meio do acompanhamento regular nos serviços de saúde e da realização de exames de rotina, como a mamografia, é fundamental para o diagnóstico e tratamento oportuno do câncer de mama. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis — como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente e reduzir o consumo de álcool — contribui significativamente para a prevenção e o controle da doença.

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/11/01/contadora-do-amazonas-relata-angustia-ao-receber-diagnostico-do-cancer-de-mama-meu-mundo-silenciou.ghtml


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